A quantidade de associações e cooperativas operando com “proteção” vem crescendo no Brasil a números alarmantes. Os corretores de seguros não definem o preço da apólice, no máximo, cedem descontos dentro do limite de sua comissão. Em suma, quando aumenta a concorrência – que já era grande – o primeiro a perder sua receita e diminuir sua margem é a corretora de seguros.
Até então, em nosso planejamento estratégico, os corretores de seguros se preocupavam apenas com as vendas diretas pela internet, as vendas diretas pelo canal banco, e o leilão de alguns clientes. Ao longo do tempo aprendemos a nos defender disso tudo. Porém, agora apareceu um novo ingrediente no mercado que já era competitivo, um substituto para o seguro: a “Proteção Veicular”, que o mercado apelidou de “Seguro Pirata”.
Como estamos nos defendendo disso? Pelo que tenho conversado com alguns alunos corretores, a princípio, o corretor conversa com seus clientes informando-o que isso não é um produto sério e que ele poderá ter prejuízos, eventualmente até abaixando a margem e oferecendo mais descontos. Mas essa é a defesa mais fraca que existe, em primeiro lugar por que reduzimos a nossa receita com mais desconto, mas também por que o cliente não acredita e vai achar que é um discurso de derrotado, de quem está perdendo o negócio…
Nossa esperança recai no Ministério Público e na SUSEP e nas suas atuações para coibir a proliferação de novas cooperativas e associações. Para a felicidade do mercado, esses órgãos têm atuado com rigor e inteligência. E por isso cabe aos corretores e seguradores apoiá-los delatando o surgimento e a atuação de novos “Seguros Piratas” pelo Brasil.
Não bastasse o problema causado com a redução da produção, temos ainda o “fogo amigo”, são os corretores que vendem este seguro pirata e também as seguradoras que constroem parcerias com estas associações de diversas formas: seja comprando a carteira de negócios ou oferecendo outros produtos. Isto vem sendo coibido pela SUSEP, mas infelizmente não deverá acabar, pois essas pessoas são movidas pelo dinheiro e não se importam com valores éticos.
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